Inicio
hoje uma série de posts, não consecutivos, sobre livros sobre Aikido, ou
relacionados a essa arte. É importante lembrar que, para aprender algo como o
Aikido, nada substitui o treino e prática regular, os livros vem para complementar
a rotina de treinos no dojo e para trazer uma nova perspectiva filosófica. A
palavra de seu sensei (professor) é a lei no tatami. A leitura de livros e a
visualização de vídeos e/ou documentário sobre o assunto não devem ser usados
para questionar ou confrontar o sensei, mas engrandecer seu conhecimento sobre
a arte, além de demonstrar seu interesse e comprometimento por ela. Sendo
assim, vamos à resenha:
O dojo e seus significados: um guia para os rituais e etiqueta das artes marciais japonesas, de Dave Lowry.
Eu não
conhecia o trabalho do autor antes dessa obra, mas nada que uma pequena
pesquisa na internet não resolva. A melhor coisa sobre esse livro é que o autor
ocidental não tentar “ser japonês”, pois não importa o quanto você estude uma
cultura estrangeira, você nunca terá a compreensão completa de conceitos com os
quais você não foi criado.
Lowry
reconhece que os conceitos que envolvem as artes marciais japonesas não são os
seus, mesmo que ele tenha vivenciado-os diretamente em suas estadas no Japão, e
tenta explicá-los de maneira mais palatável a um ocidental. Em alguns momentos
a explicação pode ficar longa demais, mas em nenhum momento Lowry se concentra
em detalhes de detalhes (aqueles que o fazem não querem explicar, apenas querem
demonstrar seu amplo conhecimento de algo que não entendem), sua atenção está
no que importa.
O livro
trata de desmitificar conceitos comuns em várias artes marciais japonesas, além
de acabar com diversos mitos. Fica muito claro que a todo o exotismo e mística
da cultura japonesa foi criada por ocidentais que não tiveram as explicações
que esperavam sobre o assunto.
Todos
aqueles que levam artes marciais a sério, e não apenas como uma atividade
física ou um esporte, devem ler esse livro, principalmente os mais graduados.
Não sei se recomendaria este livro para um iniciante, pois este pode tornar a
arte muito mais ritualizada do que o necessário. Muitos alunos mais avançados
levarão um puxão de orelha ao entrar em contato com esta obra, pois em muitos
momentos ele pode se ver como um exemplo do que não fazer.
Ponho abaixo alguns
trechos do livro para que se possa conhecer um pouco mais.
Espero
que gostem e, mais importante, leiam o livro. Comentem e contribuam para as
discussões.
“Aqui, no centro da área
de treinamento, os budoka são convocados para produzir, para oferecerem o
melhor de si, sem dar desculpas. (...) no coração do dojo, as desculpas não têm
significado. O que importa é o que fazemos ou o que deixamos de fazer. Nenhuma
desculpa é necessária ou suficiente.” (p. 35)
“(...) o aprendizado
acontece com a interação entre as pessoas no dojo, tendo os mais antigos e os
mais novos como iguais.” (p. 158)
Referência bibliográfica
LOWRY, Dave. O dojo e seus significados: um guia
para os rituais e etiqueta das artes marciais japonesas. São Paulo: Pensamento,
2012. 184 p.
Links para adquirir o
livro:
Saraiva
Submarino
Americanas
Livraria Cultura
Livraria Catarinense/Curitiba
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